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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

"... Pais e filhos, somente companheiros. Nem guias, nem professores, muito menos proprietários..."

Como seria tão mais fácil pais e filhos conviverem confiantes nessa certeza. De que o amor não permite hierarquias, autoritarismos, muito menos obrigações. Obrigações... Essa palavra ressoa tão forte em mim, especialmente quando ela é direcionada as relações familiares. Obrigação de pai, de mãe, de filha, de filho, de vó... Ah! Tantas obrigações, que mais parecem cláusulas de um contrato familiar, e não de uma família de verdade. Aliás, são raras as famílias de verdade, acho que tantas obrigações estão fazendo a cada dia as relações fraternais irem por escada abaixo.
Ah! se agente pudesse entender que o amor, a demosntração de afeto e carinho, o respeito e a empatia são muito mais leves do que as "obrigações" e principalmente, ajudam a superar tantas crises nas relações, sejam elas familiares, afetivas fraternais... Seria muito mais simples e humano compreendermos os "custos" familiares não como investimentos, obrigações e dependências, e sim como um acordo comum, uma doação de amor. Pais e filhos além de possuírem laços consaguíneos, são companheiros e não patrões e empregados. Mas como dizem as más línguas: "as coisas mais simples são sempre as mais difícieis".
Se nós pais e filhos soubéssemos viver de coração aberto, viver de verdade, sem medo de fugir aos papéis que essa sociedade nos obriga a viver, sem medo de externar nossas sensações, problemas, inquietações. Sem medo de demonstrar quando estamos tristes, felizes, solitários... Sem medo de mostrar o que nós somos de verdade. E principalmente, sem medo de abandonar as hierarquias, ou "submeter-se a rebaixamentos.". Talvez a convivência fosse muito mais digna de pais e filhos.
Foi-se o tempo em que a educação familiar era dita por regras e imposições que não nos faziam, muitas vezes, perceber a origem dos problemas de nossos pais e filhos. Faz tempo em que problemas eram resolvidos no tapa e no grito. Acabou-se o tempo em que pais eram proprietários de filhos e vice-versa... Foi-se esse tempo, em que pais ditavam as regras e os filhos apenas obedeciam, abaixavam a cabeça e engoliam o choro, num gesto que por várias vezes alimentou a discórdia nas relações de muitas famílias.
Não existe mais esse tempo em que nós filhos apenas tínhamos deveres a cumprir, hoje temos também o direito de saber, questionar, falar e compartilhar com os nossos pais.
Cresci ouvindo as pessoas falarem que os pais sempre pensam o melhor para os filhos, mas a vida tem me feito perceber que nem sempre isso é verdade e tampouco possível. Acredito que pais de verdade não são modelos que tem todas as respostas e regras do mundo. Mas sim, seres humanos criados sob a vontade de Deus não para serem "donos de família" mas sim companheiros, capazes de aprender com os filhos e ensiná-los a escolher seus verdadeiros caminho, não quero dizer com isso que os pais são seres descartáveis, mas quando esses princípios tomam conta de uma relação entre pais e filhos, é natural perceber como os laços se solidificam, ramificam e se eternizam.

2 comentários:

  1. Com certeza vc pertence a um sistema fora do qual vivemos, e isso é maravilhoso!
    Gosto das suas idéias e tento viver assim...

    é difcil, mas não impossível é claro que de fato enfrentamos situações complicadas e doloridas, entretando o que seria dos desafios e das conquistas humanas??

    =]

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  2. Falou minha professora de Teorias cósmicas e espirituais aushaush. Senti sua falta por aki Janaaaa =p
    Concordo com o que você diz. Por isso, penso que os desafios e as situações complicadas sempre farão parte de nossa existência, até porque somos imperfeitos, levianos... Agora cabe a cada um escolher a sua maneira de contornar os obstáculos, ou escolher os caminhos mais ou menos tortuosos. Os espinhos são sempre bem vindos, desde que agente não os torne eternos. Bjoks

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